quinta-feira, 24 de junho de 2010


O que dizer de um homem que criou a teoria da computação e, não satisfeito, arregaçou as mangas e assumiu um papel central na construção dos primeiros computadores? De um matemático que venceu com cálculos as bombas de Hitler? No mínimo, que merecia uma estátua no Vale do Silício, um enterro com glórias de herói, que seu nome deveria virar nome de ruas, avenidas, universidades. Mas esse homem morreu esquecido. Sua história só é conhecida graças à biograria monumental, escrita em 1983 pelo matemático Andrew Hodges. Mas estou me adiantando. Comecemos do começo. Alan Turing nasceu em 1912, em Londres. Era um garoto tímido, sem muito talento para o convívio social e sem muito cuidado com a aparência. Na escola, destacava-se apenas por ser esquisíto - introvertido, irônico, pouco disposto a respeitar regras. Um cara tão estranho que, no futebol, gostava de ser bandeirinha. Aos 16 anos, conheceu um garoto muito inteligente chamado Christopher Morcom. Naquele momento, Turing descobriu um fato que mudou sua vida (e, novamente me adiantando, aproximou sua morte): ele era gay. Chris morreu em 1930 de pneumonia bovina (transmitida pelo leite). Essa primeira paixão marcaria Alan para sempre. Foi em parte devido à vontade de continuar o legado intelectual do amigo que Turing se aplicou nos estudos, na faculdade de Matemática, e tornou-se conhecido dos professores de Cambridge por seu raciocínio brilhante. Em 1937, publicou um artigo - "Sobre as Máquinas Computáveis" - que teve uma importância enorme para a matemática pura: nele, provava que existiam cálculos impossíveis de serem feitos. Mas também trazia uma aplicação prática que ninguém, na época, percebeu. Turing imaginara uma máquina capaz de fazer todos os cálculos possíveis, desde que lhe dessem as instruções adequadas. O artigo não fazia menção a chips ou processadores - continha apenas fórmulas matemáticas. Mas a descrição era exatamente daquilo que, mais tarde, mudaria o mundo com o nome de computador. Por falar em mudar o mundo, naquele momento surgia um austríaco obcecado por impor suas idéias ao planeta: Adolf Hitler. Um de seus trunfos era uma máquina chamada Enigma - um sistema de engrenagens capaz de embaralhar as letras das mensagens antes da transmissão por telégrafo. Os alemães consideravam esse código indecifrável. Caberia a Turing, convocado em 1939 pelo exército britânico, decifrá-lo. Um ano mais tarde, a guerra parecia uma barbada para Hitler. A Europa continental havia caído e as ilhas britânicas estavam, bem, ilhadas - dependiam dos navios que cruzavam o Atlântico com armas e mantimentos americanos. Os submarinos alemães afundavam 200.000 toneladas de embarcações todo mês e o único jeito de descobrir a posição dos submarinos era decifrar suas mensagens. Turing tirou a cabeça das máquinas teóricas e sujou as mãos na graxa de engenhocas reais. Uma delas, o Colossus, é tataravó do PC no qual digito agora (e você lê esta história). No começo, elas demoravam semanas para tornar uma mensagem compreensível. Mas, em 1942, os ingleses já decodificavam 50.000 mensagens por mês, uma por minuto. Os submarinos alemães eram abatidos como moscas. O preconceituoso Hitler, cuja equipe olímpica tinha sido derrotada em 1936 pelo atleta negro americano Jesse Owens, perdia a guerra para um intelectual homossexual. O ditador nunca soube disso. Aliás, nem a mãe de Turing. Sua participação na guerra permaneceu secreta por décadas. Tanto que, quando a polícia o prendeu em 1952 por grande indecência - em outras palavras, homossexualismo -, ninguém o defendeu dizendo que se tratava de um herói de guerra. Para enfrentar o julgamento, teve que se afastar de suas pesquisas sobre inteligência artificial - Turing é inventor de um teste até hoje usado para decidir se uma máquina pensa. Acabou condenado a um tratamento com hormônios que arruinou seu físico. Na noite de 7 de junho de 1954, atormentado, o matemático deitou-se na cama e mordeu uma maçã. Na manhã seguinte, não acordou. A fruta havia sido mergulhada numa jarra de cianeto.
Homenagem Póstuma

Infelizmente, nem todos ainda reconhecem Turing como pai da informática. A Apple, única empresa de conceito mundial que o reconheceu como o inventor do computador, fez da maçã mordida no dia fatídico o seu símbolo. Ironicamente, esta homenagem a um gênio que mudou o mundo mas foi esquecido pelo preconceito em seu tempo é, nos dias de hoje, um símbolo reconhecido em praticamente todos os cantos do planeta.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

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Manual do Estagiário - Parte II

Continuação do texto: Manual do Estagiário de Eugênio Mohallem

COMO É QUE EU ESCOLHO UMA AGÊNCIA?

Pelo dono da agência. Uma agência sempre tem a cara do dono. Os valores e prioridades do dono permeiam toda a estrutura. Assim como também é a identificação com estes valores que atrai clientes e profissionais parecidos.

Logo, se você é de criação, vai se sentir muito mais realizado se procurar agências cujo dono seja de criação. Certamente serão agências onde a criação vai ter mais peso e mais voz que, por exemplo, numa agência de mídias.

Mas não siga esta regra cegamente. A Talent, uma das agências mais sistematicamente criativas do país, pertence a um profissional de Planejamento (vá lá, ele foi redator em início de carreira). Mas se você tiver a sorte de conseguir um estágio lá, não seja louco de desperdiçar.

NÃO, EU NÃO ESTOU EM CONDIÇÕES DE FICAR ESCOLHENDO. PELO AMOR DE DEUS, ONDE HÁ VAGAS?

Um dos grandes problemas das boas agências é que elas são boas. Quem está lá quer continuar. Passam cola nas cadeiras e sentam em cima. Por isso, não é toda hora que aparecem vagas para emprego ou estágio. Agências que conseguem criar um bom ambiente para a criação têm equipes estáveis. W/Brasil e Talent têm os menores "turnover" do mercado. AlmapBBDO e F/Nazca idem. Mesmo agências que já foram famosas pela volatilidade de suas equipes andam mais calmas, pelo menos para seus próprios padrões.

Então, fique de olho em agências novas e ainda pequenas, mas com bom potencial de crescimento (isto é, com gente talentosa no comando). Basta uma delas ganhar conta grande para que se veja obrigada a aumentar substancialmente a equipe.

Mas o principal filão mesmo são agências que acabaram de mudar o Diretor de Criação. Diretor de Criação recém chegado não costuma deixar pedra sobre pedra da equipe anterior. Tente lá. Ou descubra de onde ele está tirando as pessoas - e tente cobrir as vagas abertas.

Evidentemente, trocas de Diretor de Criação são raras nas agências cujos donos são, eles próprios, diretores criativos. Óbvio: não iriam trocar a pessoa que eles mais amam no mundo.

DURANTE A ENTREVISTA: COMPORTE-SE. VOCÊ ESTÁ SENDO OBSERVADO.

As pessoas olham as pastas, mas contratam pessoas. Comporte-se. Se você já está em alguma outra agência, não fale mal das pessoas de lá. Vão adorar ouvir as fofocas, mas não vão confiar em você.

Não fique tentando explicar, contextualizar as peças. Deixe o portfólio falar por si próprio. Anúncio que precisa de explicação é, em princípio, anúncio ruim. Além do mais, ninguém consegue ler um texto com alguém do lado matraqueando sem parar. Lembre-se do primeiro e fundamental mandamento. Não seja porfólio-sem-alça.

Não seja presunçoso. Provavelmente você ainda não é tão bom quanto pensa. E, ainda que seja, talvez não seja o suficiente. A concorrência hoje em dia, entre estagiários, está assustadora. Um dia surgiu uma vaga numa agência em que eu trabalhava. Pensa que o pessoal veio com idéias rabiscadas em papel almaço? Nada disso. Profissionalíssimos. Lay-outs de computador. Portfólios em CD-ROM. Um dos canditados tinha até filme concorrendo em Cannes. E não levou a vaga.

Tenha sorte de ser a pessoa certa na hora certa no lugar certo. Eu não sei onde se compra isso, mas arranje.


MOSTREI A PASTA PARA TODO MUNDO E NÃO CONSEGUI NADA.

Você é que pensa que não conseguiu nada. Conseguiu sim: a esta altura, seu critério já está mais apurado. Depois de passar por um monte de gente, você já descobriu quais são os anúncios realmente bons, quais os meia-boca, etc. O pessoal diverge um pouco, mas o que é muito bom e muito ruim aparecem claramente. Isso vale ouro. Aproveite para ir promovendo ajustes na pasta.

O que dá origem a uma subdica: não cole as peças com adesivo muito forte. Colar e descolar vai ser um exercício constante.

Cuidado também com as peças xerocadas: elas soltam um pó que gruda no acetato da pasta, estragando o portfolio. Se não der para evitar a xerox, experimente jogar um spray fixador nelas. Não resolve de todo, mas ajuda.

Nunca deixe o porfolio no carro: o calor deforma completamente o acetato. E se levarem o veículo, além do seguro não cobrir, ainda existe o risco de o ladrão fazer carreira com as suas idéias. Pensando bem, isso já deve ter acontecido muito.

NÃO ME ENROLA: MOSTREI A PASTA PARA TODO MUNDO E NÃO CONSEGUI NADA.

Uma pasta inteiramente renovada - e, de preferência, levando em consideração todos os conselhos que você recebeu no primeiro périplo que fez - é a melhor desculpa para conseguir uma segunda chance. Pasta igual, sem novidade, nem pensar.
 
Por outro lado, um jeito simpático de se fazer lembrar, sem amolar ninguém, é mandar pelo correio, para pessoas que você já visitou, uma versão xerocada e reduzida do seu portfolio. Com nome, telefone e um bilhete curto. Se pintar uma vaga no futuro, pode ser que se lembrem de você.


CONSEGUI O ESTÁGIO. E AGORA?

Sabe o primeiro e fundamental mandamento do candidato a estagiário? Também é o primeiro e fundamental mandamento do estagiário: não seja mala. O departamento de criação é lugar sem paredes, onde as pessoas têm que conviver entre si 12 horas por dia. Ou seja, inconvenientes incomodam. Publicidade é uma profissão em que as pessoas têm que se expor muito, falar e propor muita bobagem, então elas preferem trabalhar com gente em quem possam confiar. Seja legal. Ou finja que é. Depois que você virar dono de agência, aí pode ficar intragável à vontade.

Não defenda excessivamente um trabalho recusado. Gente que se agarra demais a uma idéia é porque deve ter poucas. Confie nos mais experientes. Você pode até ter mais talento que eles. Mas, nesse ponto da sua carreira, eles provavelmente sabem usar o seu talento melhor que você.

Não discuta, não argumente demais, não pondere e, sobretudo, não comece frases com "Veja bem". Se mandarem você refazer, refaça. Por quê? Leia o segundo e fundamental mandamento do estagiário.

SEGUNDO E FUNDAMENTAL MANDAMENTO DO ESTAGIÁRIO:

Resolva problemas e suba. Crie problemas e suma.

O primeiro produto que você vai ter que vender é você mesmo. Seu consumidor, no bom sentido (ou no mau, a vida é sua) é o Diretor de Criação. E você só será um produto útil, desejado e valorizado se resolver problemas para ele. Vamos analisar mais detalhadamente esta criatura:

O Diretor de Criação é um ser atormentado com pressões de todos os lados. A diretoria pressiona por faturamento, o atendimento pressiona por prazos, o cliente pressiona por custos e, às vezes, por uma visão criativa própria. A equipe de criação pressiona pela aprovação daquela campanha que vai dar prêmio. Isso sem contar a pressão que ele sofre do próprio ego, por estar cada vez mais envolvido com atividades executivas e menos com Criação.

Diariamente, toda sorte de pepinos aterrissam na mesa dele, travestidos de "Pedidos de Criação". Alguns desses pepinos ele vai repassar para você. Se você souber descascá-los com competência, rapidez e, ainda por cima, com brilho, você terá no Diretor de Criação um homem eternamente grato. A simples idéia de perder você para outra agência vai tirar o sono dele.

Por outro lado, se em vez de levar soluções, você for um pepino ambulante, você não serve. Se o diretor de criação tiver que perder mais tempo com você do que perderia fazendo ele mesmo o trabalho, você é apenas um estorvo. Tema pelas sextas-feiras, dia em que tradicionalmente as agências se livram dos chatos.

Quanto mais rápido e talentoso for o Diretor de Criação, mais cuidado você vai ter que tomar com o precioso tempo dele. Se ele resolve com um pé nas costas aquilo que você enrola uma semana, o próximo pé dele pode ser nas suas costas.

Acredito que essa dica vale para a vida inteira, não importa se você é estagiário, junior, senior ou seja lá o que for.

E COM O RESTO DO PESSOAL?

Principalmente, seja humilde. A arrogância inibe opiniões sinceras. Você vai receber respostas diferentes se perguntar "o que você acha deste título?" no lugar de "não é genial este título?"
 
Em breve teremos a parte final. Aguardem!!
 
Postagem sugerida por Neca Boullosa

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Trabalho de Fotografia


Neste semestre tivemos aulas de Fotografia Publicitária. Aprendemos posicionamentos de luz, aprendemos sobre as melhores máquinas fotográficas entre muitas outras coisas. Para terminar o semestre e fechar com chave de ouro nós tivemos de produzir um catálogo de moda. O tema era ao nosso critério. O primeiro catálogo é da equipe OG! Produções que escolheram produzir um catálogo conceitual de óculos de graul. Confira!

 



 

Clica que aumenta!

Sugerido por: Pub5an

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Entrevista com o Redator baiano, Gustavo Sarkis

Cachorro-Peixe para o SpaceFox, Gritos para o Twix, La Fortuna para a nova Saveiro e a campanha de novos planos para a Claro são alguns trabalhos realizados por Gustavo Sarkis, redator da AlmapBBDO e quarto entrevistado do blog PUTA SACADA Bom, pela qualidade das campanhas torna-se fácil imaginar a qualidade da entrevista. Uma ótima aula em 8 perguntas.

Boa leitura e bom aprendizado.

1. Fale um pouco da sua trajetória em publicidade e seu início na AlmapBBDO.

Eu comecei na Propeg em Salvador. Primeiro fiz aquele estágio rotativo, passando por todas as áreas, atendimento, mídia, produção, e, quando passei pela criação, tive a sorte de o diretor de criação ter notado que eu ficava fazendo títulos até às oito da noite. Nessa época e local, isso significava ficar até tarde. Com isso eu ganhei um estágio fixo na criação. Quatro anos depois, eu achava que já tinha uma pasta que não faria feio na mesa de um diretor de criação em São Paulo. Botei a pasta embaixo do braço e vim bater na porta da DM9, W/Brasil, todas as agências que faziam aqueles anúncios que eu olhava no anuário e sonhava em um dia fazer igual. E foi assim que eu troquei minha vaga de redator sênior na Propeg por três meses de estágio na Talent sem garantia de renovação. Fiquei lá por quatro anos, onde tive a chance de trabalhar com o Mauro Perez, Marcelo Aragão, Alexandre Peralta, Ana Carmem e Júlio Ribeiro. Até que um dia o telefone tocou e uma secretária disse um minuto que Marcello Serpa vai falar. Trabalhar numa agência como a Almap para mim era o máximo. Era tanta gente boa fazendo trabalhos incríveis que eu sentia que precisava dar tudo de mim para acompanhar o ritmo. Hoje, com sete anos de Almap, a sensação continua a mesma.

2. O que realmente importa na hora de avaliar a pasta de um candidato a estágio?

Um candidato a estágio tem que mostrar que é bom com os poucos recursos que têm. Não dá para impressionar com idéias mirabolantes que vão ficar no meio do caminho, porque não existe verba de produção. Pensem em idéias simples e criativas, não só em mídia impressa, mas também em ações de guerrilha, internet, outdoor, mídia integrada. Quando você é estagiário, vai receber jobs com pouca ou nenhuma verba. Quem for capaz de resolver isso com eficiência já vai sair na frente.

3. Volkswagen, Havaianas e Gatorade são referências em boa propaganda. E você atende todas elas. Além de muito trabalho, como criar com freqüência diversas campanhas sem perder a qualidade?

Em primeiro lugar vem o que você citou : muito trabalho. Dulcídio Caldeira, diretor de criação aqui da Almap, tem uma frase muito boa sobre isso. Ele diz que as boas idéias vem da herpes. Um job só fica bom quando você trabalhou a ponto de baixar a resistência, pegar uma gripe, estourar uma herpes. Depois, vem outra coisa também muito importante. Clientes como Volkswagen, Havaianas e Gatorade querem colocar boas campanhas no ar. Eles vibram com uma boa idéia, apóiam, lutam junto com a gente para que a campanha aconteça. Isso faz uma grande diferença. É muito mais difícil quando só a agência tem coragem de apostar num trabalho criativo.

4. Você participa de reuniões de briefing? Como o redator pode ajudar o cliente a entender melhor o próprio pedido e fornecer informações relevantes?

Ajudando o cliente a simplificar o máximo possível. Para mim, o brief bem feito é aquele que pode ser resumido em uma frase.

5. Existem atenções especiais ao escrever para a internet? A linguagem deste meio é muito diferente dos meios tradicionais?

Você precisa estar atento aos recursos que a internet oferece. A cada momento surgem novas tecnologias que permitem interagir com o consumidor das mais variadas formas. Eu não sou um especialista no assunto, mas quando crio para essa área sempre procuro contar com a ajuda de um redator ou diretor de arte da equipe on line aqui da agência. Mas, antes de tudo, para mim o que vale é a boa idéia. Uma grande idéia vai poder funcionar muito bem em qualquer plataforma, seja em internet, mídia impressa, TV ou outdoor.

6. Depois de vários conceitos criados e títulos redigidos, como selecionar a melhor ideia para a campanha?

Você sabe que tem uma boa idéia na mão depois que já passou por muitas. Li um texto no site da Crispin Porter Bogusky onde eles dizem que não acreditam em epifanias. Eu penso do mesmo jeito. Para saber que a primeira idéia é a boa, você precisa ter a centésima. Fazer muito também ajuda a melhorar o seu critério. Quando você tem uma pilha de idéias, as melhores vão pular na sua frente. Ainda assim, quando estou em dúvida, tudo fica mais claro depois que eu conto as minhas idéias para alguém. Não só pela opinião de quem ouve, mas também por sentir como a idéia soa fora da minha cabeça. Tem idéias que ganham ou perdem força quando são contadas.

7. Uma curiosidade. Quantas vezes você reescreve um texto antes dele virar anúncio?

Quantas vezes for preciso até ele ficar bom. Às vezes sai de primeira, quase redondo, faltando só um tapinha aqui e ali. Às vezes sai completamente torto e vou reescrevendo. Em geral procuro fazer um texto curto e rápido, porém simpático.

8. Se você estivesse começando na profissão hoje, o que perguntaria para o Gustavo Sarkis, redator da AlmapBBDO, e qual seria sua resposta?

Prefiro ir direto ao ponto e dar um conselho para quem está começando : nosso meio está abarrotado de profissionais que vivem de imagem. Releasings, notinhas, factóides, burburinhos, fotos. Tem muita gente se envolvendo tanto com isso que não sobra tempo para fazer um trabalho bem feito. Marcello Serpa outro dia comentou que as pessoas estão confundindo fama com prestígio. Fama é a consequência de mera exposição na mídia. Prestígio, é a consequência de um trabalho bem feito. Se você puder escolher com quem vai estagiar, prefira alguém que tenha o último.

Gustavo Sarkis

Redator da AlmapBBDO

Fonte: Hora do Cafezinho
 
Essa entrevista é antiga, mais as dicas para ser um bom profissional continuam até hoje.
 
Postagem sugerida por Siméia Santos